sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A Verdadeira Mágica está na Lúz que a Lamparina Produz



Ontem, depois de muito tempo sem a sagrada chuva, fomos presenteados com a água sagrada vinda do céu.Como consequência faltou energia, nada tão ruim, afinal estamos no horário de verão.
Verão!!!! Calor!!! Sem Ventilador????
Nãooooooo!!!!!
Espera, afinal está chovendo! 
Opa! São Paulo e Chuva = a Muito Relâmpagos.
Não dá pra se refrescar, pelo menos não nessa remessa de gelo, água e raios!
Daí começou a escurecer...

Ao se por o dia lembrei da infância com minha vó, em algum lugar no interior do nordeste onde energia elétrica ainda era coisa de gente rica.
Lembrei que alguém acendia a Lamparina enquanto eu ia ao encontro de minha vó no batente daquela casa ao meu ver ainda primitiva. 
A moça dizia: - Geralda se a menina quiser ir na casinha tem que levar a Lamparina! ( Casinha era o banheiro ou algo parecido com isso, a alguns metros da Casa)
Para mim era tudo meio confuso, vinha de Brasília onde banheiro era algo mais que uma "casinha" fora da casa com um buraco profundo para fazer as necessidades básicas do corpo. 
Já achava a casa da minha vó atrasada, mas tinha energia elétrica, esta casa era ainda mais remota.
Com tudo isso, me lembrei de como as pessoas se relacionavam melhor, se colocavam a olhar o sol se por, com longas conversar ou prosas como dizia o povo de lá. Fora a Lua, tudo que iluminava era graças a Lamparina!

Enquanto passava o pano no chão para refrescar o calor ouvia música, ainda usando a energia armazenada no notebook, neste clima que relatava essa lembrança com meu filho caçula, que por sua vez, estava com seu tablet e a sua lanterna na mão esperando a escuridão.


Comecei a acender velas e incensos pela casa e fui fazer a janta ao clima romântico das velas.
De repente sou surpreendida com meu filho querendo jogar um jogo de tabuleiro sobre preservação ambiental, que nem se quer sabia existir. E enquanto finalizava a janta e esperava a energia voltar, como já estava ficando angustiada pela falta de luz, fui a sala onde ele estava a organizar o jogo e meu outro filho estava a ler um livro.
Começamos a conversar e foi quando me dei conta dessa cena e de que ela só foi possível pela falta de energia.
Nessa terra que tudo tem, com a tecnologia tão ampla, com nossa vida tão corrida, cheguei a conclusão que precisamos mais de lamparina.
Somos seres extremamente ocupados e muito sozinhos, tudo o que temos usamos para nos isolar, quando deveriamos usar para nos integrar.
Prosas ao fim da tarde talvez seja utopia nos dias de hoje, mas interagir sem tecnologia com a família, deveria ser dever diário e constar com alegria no nosso calendário!